quinta-feira, 27 de março de 2014

Tédio

Desejo vazio,
sem graça
de fazer o que tiver
e desvontade máxima
de viver.
Dúvida constante
da onde ir,
de quem falar,
do que escrever,
falta de entretenimento,
repetidas vezes zero,
amigos sem graça,
livros já lidos e relidos,
papel escrito e jogado fora,
sem extremo de nada,
vontade louca que dá e passa,
que vai e volta,
que espanca e amortece,
apenas sente e amorna,
do que esperar,
do que se sabe e se espera,
da vida que acontece
sem ao menos fazer ruído.
É a espera insana de algo que nunca irá ser
ou se fazer estar.
Eis que para o nada retorna, ao mínimo
ato de consolidar,
a vontade morta.

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